Viana do Castelo assinala Dia Internacional dos Monumentos e Sítios
com sessão dedicada a Chafariz quinhentista
No dia 18 de abril, a Câmara Municipal de Viana do Castelo assinala o Dia
Internacional dos Monumentos e Sítios (DIMS) com uma sessão dedicada à empreitada
de reabilitação do Chafariz quinhentista da Praça da República.
A Casa dos Nichos acolhe, às 10h00, a sessão aberta à comunidade com o
tema “Chafariz da Praça da República em Viana do Castelo - O Restauro de uma obra
hidráulica quinhentista, em granito: metodologias, critérios e intervenção”.
Recorde-se que o Chafariz da Praça da República (antiga Praça da Rainha),
obra quinhentista que, em conjunto com os Antigos Paços do Concelho e a Misericórdia
compõem a imagem mais reconhecida do centro histórico de Viana do Castelo, está a
ser alvo de um profundo programa de restauro. Com a atividade pretende-se
apresentar a intervenção, os desafios e as soluções, ao público interessado, através de
uma apresentação publica, na Casa dos Nichos, seguida de uma visita à "obra".
A empreitada de conservação e restauro do Chafariz, classificado como
Monumento Nacional desde 1910 e verdadeiro ex-libris da principal sala de visitas da
cidade, é uma obra superior a 122 mil euros, acrescido de IVA. Em causa estão
patologias da pedra que afetam o chafariz, a necessidade de substituição da tubagem
interior e da consolidação da estrutura. É necessário que o chafariz seja desmontado
para ser tratado e voltar a ser colocado. “A desmontagem do pilar central do chafariz é
uma operação essencial, que permitirá a revisão total do sistema hidráulico e a
verificação e colmatação estrutural dos diversos elementos pétreos que o constituem”,
lê-se no projeto.
O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios (DIMS) assinala-se anualmente a
18 de abril. Este dia foi criado pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios
(ICOMOS), em 1982. No ano seguinte, a UNESCO reconheceu esta data, na 22.ª
Conferência Geral. O seu objetivo é destacar a importância dos monumentos e sítios
na história e identidade dos vários povos, bem como apelar à sua preservação e
valorização.
O tema escolhido para 2024 é “Catástrofes e Conflitos à luz da Carta de
Veneza”, proposto pelo International Council of Monuments and Sites (ICOMOS). O
tema convida a refletir o Património Cultural partilhado que emana desta convenção
internacional, no ano em que celebra 60 anos, e que papel ainda desempenha na
atualidade.
A Carta de Veneza foi adotada em 1964, duas décadas após a II Guerra
Mundial, numa época que prometia progresso e desenvolvimento económico ilimitados.
Seis décadas depois, o mundo enfrenta uma emergência climática, um número
crescente de catástrofes naturais e conflitos, que levam à destruição de locais culturais
e à deslocação em massa de populações.
Testemunhos vivos de tradições seculares de um povo, os monumentos
históricos são um património comum, que urge salvaguardar para as gerações futuras,
com toda a riqueza da sua autenticidade. A Carta de Veneza, apresenta assim, os
princípios internacionais orientadores da conservação e do restauro dos monumentos
históricos, entendendo que “a conservação e restauro de monumentos visa
salvaguardar tanto a obra de arte como o testemunho da história” (artigo 3.º).