Coura: Memórias da Guerra em África
homenagem aos antigos combatentes courenses
25 abril_15h30 | CENTRO CULTURAL
Uma homenagem aos antigos combatentes courenses encerra o ciclo ‘Memórias da Guerra em
África’ no dia 25 de abril, em Paredes de Coura, numa iniciativa da qual consta também o
lançamento e apresentação da publicação “Coura: Memórias da Guerra em África”,
completando assim as ações que por estes dias dão corpo à celebração de Abril, mês da
Liberdade, como o encontro dos escritores Lídia Jorge, Manuel Alegre, João Melo, Mário Cláudio
e Carlos Vale Ferraz, bem como a música e as canções de António Zambujo e Samuel Úria.
Assim, a conclusão do ciclo ‘Memórias da Guerra em África’, promovido pelo Centro Mário
Cláudio, reúne na tarde do dia 25 de abril no Centro Cultural, pelas 15h30, para a homenagem
aos antigos combatentes courenses, bem como para o lançamento e apresentação da
publicação “Coura: Memórias da Guerra em África”, iniciativa da qual também fazem parte José
Augusto Pacheco, Carlos Nery e Mário Cláudio, com leitura de textos pelo diseur Isaque Ferreira.
Antes, já este sábado, 22 de abril, pelas 16h00, também no Centro Cultural, ocorre o encontro
dos escritores Lídia Jorge, Manuel Alegre, João Melo, Mário Cláudio e Carlos Vale Ferraz, que a
par de exposições, debates e exibições, tendo por referência os conflitos que se travaram nas
três frentes, Guiné, Angola e Moçambique, têm trazido a Paredes de Coura a reflexão e
relembrança, e de respeitosa homenagem à memória de quem morreu e sofreu.
Esta conferência com escritores que estiveram na guerra, mas também os debates com
historiadores de vários quadrantes políticos, um ciclo de cinema, além de sessões de leitura de
textos e de troca de opiniões, bem como as exposições e acervo documental facultado pelas
gentes de Paredes de Coura e que se encontra patente no Centro Mário Cláudio, em
Venade, completam este ciclo ‘A Guerra em África’ que, desde o ano passado, tem passado
por Paredes de Coura.
Ler Cinema com João Botelho
Ainda esta quinta-feira, 20 de abril, pelas 21h30, há Ler Cinema com o cineasta João Botelho,
que nos traz ‘O jovem Cunhal’.
A presença de João Botelho, que dirigiu ‘O jovem Cunhal’, insere-se na linha editorial do Ler
Cinema com curadoria de Paulo Pinto, que procura trazer a Paredes de Coura conhecidos nomes
da música, literatura, artes plásticas, política e cultura para falar sobre os filmes que os
marcaram ou, neste caso, ao qual estão intimamente ligados ao nível da realização.
‘O jovem Cunhal’
Sinopse
“Um filho adotivo do proletariado”, disse de si mesmo Álvaro Cunhal. E disse bem. Filho de mãe
austera, muito católica e conservadora de quem herdou o caracter e de um pai advogado,
progressista, com ideias socialistas, “um homem bom” de quem herdou as convicções, muito
cedo procurou o comunismo, muito cedo o encontrou. Os seus heróis? Um coletivo, a grandiosa
revolução russa que fez tremer e mudar o mundo. Outro individual, o generoso e grande
dirigente comunista Bento Gonçalves.
“Em nenhum outro político português se condensa melhor a história do Portugal que recusava
Salazar” escreveu José Pacheco Pereira. Em nenhum outro português nos terríveis tempos do
século XX se encontra um homem com tanta coragem para defender aquilo que acredita, digo eu.
Coragem é a palavra justa para definir o jovem Cunhal que aos vinte anos já era um homem. E
tantos anos na clandestinidade e tantos anos na prisão! Isolado, espancado e torturado nunca
disse nada, nunca cedeu. Escreveu textos notáveis. Leiam, ou melhor ouçam “a superioridade
moral dos comunistas”, “se fores preso camarada” ou a tese de formatura que, sob prisão, foi
defender perante um júri fascista, “o direito ao aborto das mulheres trabalhadoras”. E excertos
dos seus vários livros, romances e contos escritos sob pseudónimo Manuel Tiago, muitas vezes
autobiográficos. E dizer também, que em tempos mais calmos, o jovem Cunhal foi o teórico,
formador e agitador do movimento neorrealista. Encontrar o modo certo de filmar o percurso de
um jovem complexo e corajoso foi tão difícil como fascinante. Para mim não há documentários
nem ficções, há cinema. E o cinema pode nestes tempos de perigos e ameaças ajudar as pessoas
a serem mais corajosas e mais humanas.
ESCRITO E REALIZADO POR: João Botelho; PRODUZIDO POR: Alexandre Oliveira; COM: João Pedro
Vaz, Margarida Vila-Nova, Gonçalo Norton, Alexandra Sargento, Hugo Mestre Amaro, Gustavo
Vargas, Luís Lima Barreto, João Barbosa, Rafael Fonseca, Elsa Valentim, Carolina Campanela,
Jaime Baeta, Francisco Vistas; FIGURAÇÃO: Manuel Lopes, Luís Salgueiro, Gonçalo Goulart;
ASSISTÊNCIA DE REALIZAÇÃO: Pedro Ramalhete; IMAGEM: João Ribeiro; ASSISTÊNCIA DE
IMAGEM: Ricardo Simões, José Pedro Gomes; ILUMINAÇÃO: Rosa Vale Cardoso, Rui Seabra; SOM:
Ricardo Ganhão; CENÁRIOS: Alexandre Oliveira, Fábio Paulo; FIGURINOS: Susana Moura;
CARACTERIZAÇÃO: Ivan Coletti; MONTAGEM E MISTURA DE SOM: Paulo Abelho; CORRECÇÃO DE
COR: Jennifer Mendes; ASSISTENTE PRODUÇÃO: Tomé Pereira; ADMINISTRADORA DE
PRODUÇÃO: Ana Bordalo; CONTABILISTA: Silvia Guerra; A INTERNACIONAL - ARRANJOS E
INTERPRETAÇÃO: Daniel Bernardes; AGRADECIMENTOS ESPECIAIS: Ana Cunhal Zivick, José
Pacheco Pereira; Editorial Avante / Partido Comunista Português - Pedro Aires Oliveira; André
Rijo; Ana Filipa Correia ; Sara Moreira; Elizabeth Bowley; Luís Godinho; Cláudio Lotra; Anabela
Ferreira; Bombeiros Voluntários da Arruda dos Vinhos.
António Zambujo com Couravoce e Samuel Úria
Mas Abril, o mês da Liberdade, não podia ser celebrado sem a música e as canções. António
Zambujo, na noite de sábado, 22 de abril, e Samuel Úria, noite de 24 (segunda-feira), trazem ao
Centro Cultural dois dos mais interessantes cantautores da atualidade.
António Zambujo apresenta-se no Centro Cultural não só com ‘Voz e Violão”, álbum de 2021 em
que o músico alentejano se inspira no trabalho quase homónimo de João Gilberto, mas
acompanhado do coro Couravoce, que, com certeza, trará uma outra abordagem às
composições envolventes do criador de ‘Pica do 7’.
Por sua vez, Samuel Úria far-se-á acompanhar de Jónatas Pires (guitarra elétrica e acústica,
harmónio indiano, voz), Silas Ferreira (teclados, sampler, percussão, oboé, voz), António
Quintino (baixo, voz) e Tiago Ramos (bateria, glockenspiel, voz) e vai privilegiar o álbum ‘Canções
do Pós-Guerra’, mas que não têm nada de bélico.
Temas como “Fica Aquém”, “O Muro”, “A Contenção” ou “Aos Pós” são incontornáveis do
trovador das patilhas, bem como “Lenço Enxuto”, “É preciso que eu diminua”, “Fusão” ou
“Teimoso” que atravessam o percurso de Samuel Úria e que fez deste músico e compositor um
nome maior da escrita de canções em língua portuguesa.
António Zambujo ‘Voz e Violão’ – com a participação do coro Couravoce
22 abril | 21h30
António Zambujo é um dos maiores artistas, autores e intérpretes contemporâneos da música e
da língua portuguesas, e um dos seus mais notáveis embaixadores no mundo.
Ao incorporar influências do cancioneiro brasileiro, em particular a Bossa Nova, derrubou
fronteiras, reais e imaginárias, aproximando os 2 lados do Atlântico. Com isso, a sua música,
primeiro forjada na tradição do Cante Alentejano e do Fado, criou uma personalidade única e
inspirou um novo ciclo na música portuguesa.
Ao nono álbum, oitavo de originais, “António Zambujo Voz e Violão”, o músico inspira-se no nome
de um dos discos da sua (e da nossa) vida, “João Voz e Violão”, álbum de João Gilberto editado
em 1999, e volta, nada acidentalmente, ao essencial.
Maiores de 06 anos
Centro Cultural de Paredes de Coura - 22 de abril - 21h30
Bilhetes à venda na plataforma BOL em https://mparedescoura.bol.pt/ e no Centro Cultural de
Paredes de Coura
Valor: 10€ (Bilhete pago a partir dos 3 anos inclusive)
Samuel Úria – Canções do pós-guerra
24 abril | 21h30
O título escolhido para esta apresentação corre o risco de soar démodé ou até desatualizado se o
resumirmos ao contexto social em que vivemos os últimos dois anos. Efetivamente, foi também
esse o título que Samuel Úria deu ao seu último disco de originais publicado no final de 2020, mas
também nessa altura associá-lo à situação pandémica era redutor.
Se, como supomos, é conhecedor da obra do cantautor, saberá que a “guerra” a que Samuel se
refere, será, como sempre, interior e espiritual. Aliás, uma vez mais, obriga-nos a olhar para
dentro. Não num exercício egocêntrico, mas antes como parte de um caminho de necessária
partilha.
Efetivamente, o repertório deste novo trabalho de onde é inevitável destacar “Fica Aquém”, “O
Muro”, “A Contenção” ou “Aos Pós”, foi composto e gravado em período pré pandemia. Aliás, o
disco teve data de edição coincidente com o confinamento e só a impossibilidade de ter a
atenção do público, levou ao seu adiamento. E por muito que se apregoe que este “Canções do
Pós-Guerra” é o disco mais confessional de Samuel Úria, tal como em registos anteriores, ou
ainda mais, as suas composições confrontam-nos connosco próprios, algo que só as “canções
eternas” tem a capacidade de provocar.
Mas este concerto, ainda que marcado por “Canções do Pós-Guerra”, tem ainda o propósito de
conduzir o público numa viagem à criatividade de Samuel Úria, num percurso que terá um pé nos
seus trabalhos anteriores e em que terão óbvio destaque temas que fazem do “trovador das
patilhas” no mais interessante cantautor do século XXI – “Lenço Enxuto”, “É preciso que eu
diminua”, “Fusão” ou “Teimoso”, são obrigatórios. E se esperam que a jornada seja tranquila,
desenganem-se, o conforto dos vossos lugares vai ser frequentemente assaltado pela energia
explosiva com que Samuel e companheiros desequilibram (ou deveríamos dizer, equilibram) os
momentos de intimidade.
Samuel Úria – voz, guitarra elétrica e acústica
Jónatas Pires – guitarra elétrica e acústica, harmónio indiano, voz
Silas Ferreira – teclados, sampler, percussão, oboé, voz
António Quintino – baixo, voz
Tiago Ramos – bateria, glockenspiel, voz
Maiores de 06 anos
Centro Cultural de Paredes de Coura - 24 de abril - 21h30
Bilhetes à venda na plataforma BOL em https://mparedescoura.bol.pt/ e no Centro Cultural de
Paredes de Coura
Valor: 5€ (Bilhete pago a partir dos 3 anos inclusive)