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Lenta recuperação da camada de ozono mantém humanidade exposta a perigos, alerta associação
O buraco de ozono já atingiu o dobro da área da Europa
Por Administrador
Publicado em 16/09/2025 09:11
Nacional
Lusa/Observador (Foto Felipe Trueba /EPA)

Lenta recuperação da camada de ozono mantém humanidade exposta a perigos, alerta associação

O buraco de ozono já atingiu o dobro da área da Europa. Para evitar agravos, a associação Zero pede uma estratégia clara com ambições definidas que possam levar à real preservação da camada de ozono.

A associação ambientalista Zero alertou ontem segunda-feira para a lenta recuperação da camada de ozono, com a humanidade a continuar exposta a níveis elevados de radiação UV, com “impactos sérios na saúde, na agricultura e nos ecossistemas”.

“Apesar nos avanços” para diminuir os gases que o prejudicam, “o buraco de ozono continua preocupante” e este ano já atingiu cerca de 20 milhões de quilómetros quadrados, o dobro da área da Europa, refere a associação em comunicado.

O documento foi divulgado na véspera do Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozono, que se assinala na terça-feira com o mote “Da Ciência à Ação Global”, pretexto para a Zero salientar a urgência de transformar o conhecimento científico em ações concretas.

“A camada de ozono, sendo um escudo vital da Terra que filtra a radiação ultravioleta (UV) e protege os seres vivos, os ecossistemas e as culturas alimentares, exige que a evidência científica seja transformada em ação concreta, por meio de políticas públicas, práticas industriais e escolhas sociais que acelerem a transição para soluções mais sustentáveis e de baixo impacto climático”, indica a associação.

Os progressos lentos, decorrentes nomeadamente do Protocolo de Montreal (um acordo mundial em vigor desde 1989 para proteger a camada de ozono eliminando a produção e uso de substâncias prejudiciais, os chamados CFC e HCFC), só devem levar à total recuperação da camada por volta de 2066, diz a Zero.

No comunicado, a associação reconhece os benefícios do Protocolo de Montreal mas diz que são precisas medidas adicionais.

Em Portugal, exemplificam os responsáveis da Zero, já existem fluidos de refrigeração naturais que evitam os CFC e HCFC (clorofluorcarboneto e hidroclorofluorocarboneto, gases refrigerantes que na atmosfera destroem a camada de ozono). Mas a falta de “uma estratégia clara compromete a adoção massiva destas soluções”, apontam.

E acrescentam que o caminho para a preservação da camada de ozono e para a mitigação das alterações climáticas exige medidas concretas e urgentes, como apoios ao uso de fluidos de refrigeração naturais, travar o comércio ilegal de substancias nocivas ou melhorar a recolha dos resíduos de equipamentos de refrigeração, como os frigoríficos.

Em 1994, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o 16 de setembro como o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozono, assinalando a data da assinatura, em 1987, do Protocolo de Montreal.

A 16 de setembro de 2009, a Convenção de Viena (sobre proteção da camada de ozono) e o Protocolo de Montreal tornaram-se os primeiros tratados na história das Nações Unidas a alcançar a ratificação universal.

O ozono ocorre naturalmente na estratosfera, o chamado ozono bom, e protege a vida na Terra da radiação UV do sol.

Mas na baixa atmosfera, a troposfera, é criado por reações químicas entre poluentes dos escapes dos automóveis, vapores de gasolina e outras emissões, e aí em concentrações elevadas é tóxico para pessoas e plantas. É o ozono mau.

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