25 de Abril: Comissão promove escuta coletiva da histórica reportagem radiofónica do 25 de Abril de 1974
A Comissão Comemorativa promove, no próximo dia 25 de abril, às 18h, uma sessão pública de escuta coletiva da emblemática reportagem radiofónica transmitida pela Rádio Renascença nas primeiras horas após a Revolução dos Cravos
25 de Abril: Comissão promove escuta coletiva da histórica reportagem radiofónica do 25 de Abril de 1974
No âmbito das comemorações dos 51 anos do 25 de Abril, a Comissão Comemorativa promove, no próximo dia 25 de abril, às 18h, uma sessão pública de escuta coletiva da emblemática reportagem radiofónica transmitida pela Rádio Renascença nas primeiras horas após a Revolução dos Cravos.
Uma emissão histórica, ouvida na íntegra, 50 anos depois
Intitulada «… e temos o povo…» Todos os sons da primeira montagem radiofónica do 25 de Abril de 1974, esta sessão decorrerá no átrio central das ruínas do Convento do Carmo (Museu do Carmo), em Lisboa — o mesmo local que acolheu momentos decisivos do derrube da ditadura. Trata-se da primeira retransmissão integral, desde 1974, desta peça sonora de referência, da autoria de Adelino Gomes, Paulo Coelho e Pedro Laranjeira (1945–2015), originalmente emitida no programa Limite, da Rádio Renascença.
A escuta coletiva decorre entre as 18h00 e as 22h00, após o desfile popular na Avenida da Liberdade, e convida o público a uma experiência imersiva única num reencontro com as vozes do povo, dos militares e dos jornalistas que viveram e narraram a Revolução. A sessão será apresentada pelos curadores da iniciativa, Adelino Gomes, Isabel Meira e André Cunha, e conta com a participação de Joaquim Furtado.
Os sons da Revolução regressam ao Carmo
Para Maria Inácia Rezola, comissária executiva da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, “a sessão tem um significado muito especial, dado que o Largo do Carmo é um lugar de grande densidade simbólica na memória coletiva da Revolução. Foi ali que, cercado pela multidão, o regime caiu, e foi ali que o povo se fez visível e audível como protagonista da mudança. Voltar a escutar estes sons no mesmo lugar onde foram vividos é, mais do que um gesto evocativo, um reencontro com a história e com a força transformadora da participação popular.”
Num momento único e irrepetível, será possível ouvir na íntegra aquele que é considerado o documento sonoro mais completo de Abril, num encontro entre som, memória e liberdade. Nas Ruínas do Carmo, o passado reencontra o presente, ao som das vozes do povo, dos militares e dos jornalistas que viveram, fizeram e narraram a revolução, do Terreiro do Paço ao Carmo. A sessão constitui uma oportunidade rara de revisitar horas memoráveis que marcaram o início de um tempo novo, incluindo passagens que não voltaram a estar “no ar” desde 1974.
A sessão é de entrada livre, limitada à lotação do espaço, e conta com interpretação em Língua Gestual Portuguesa (LGP), assegurando o acesso inclusivo a todas e todos os participantes.
Bobines originais entregues à Comissão no Posto de Comando da Pontinha
A 2 de maio, a reabertura ao público do espaço museológico do Posto de Comando da Pontinha será assinalada com a entrega oficial à Comissão Comemorativa das bobines originais da reportagem. Para os curadores da iniciativa, Adelino Gomes, Isabel Meira e André Cunha, “estas bobines não constituem apenas uma peça cimeira da história da rádio e do jornalismo em Portugal, mas são igualmente um exemplo raro, em todo o mundo, de um documento sonoro que representa tão de perto e de forma tão continuada e prolongada o dia decisivo de uma revolução democrática.”
A pedido dos seus autores, o conjunto será integrado no futuro Arquivo Nacional do Som, garantindo a sua preservação definitiva e futura disponibilização para investigação e escuta crítica. Trata-se de um gesto de salvaguarda patrimonial, mas também de partilha com as gerações futuras de um testemunho essencial da nossa história.
Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril até 2026
As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril tiveram início em março de 2022 e vão decorrer até 2026. Cada ano foca-se num tema prioritário, tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia.
O período inicial das Comemorações foi dedicado aos movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar. A partir de 2024, revisitam-se os três ‘D’ do Programa do Movimento das Forças Armadas (MFA), em iniciativas que evocam o processo de descolonização, a democratização e o desenvolvimento.
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