Comprar ou arrendar casa em Portugal: taxa de esforço volta a
subir no 3º trimestre
Segundo o comunicado de imprensa do Idealista comprar casa em Portugal exige 69% dos rendimentos
Taxa de esforço para comprar sobe 3 p.p. em Lisboa e desce 5 p.p. no Porto
Em apenas cinco capitais de distrito é possível comprar casa com uma taxa de esforço inferior à
recomendada, de 33%
Já no arrendamento, a taxa de esforço é de 84%
Ponta Delgada dispara esforço para arrendar casa: sobe 18 p.p. num ano – a maior subida
Castelo Branco e Portalegre são as únicas cidades com taxa de esforço no arrendamento inferior à
recomendada
30 de outubro de 2024.- A percentagem do rendimento familiar necessária para enfrentar a compra ou o
arrendamento de uma habitação aumentou no último ano na maior parte das capitais de distrito portuguesas, de
acordo com a análise realizada pelo idealista que verificou as taxas de esforço do terceiro trimestre de 2023 e
2024 para comprar e arrendar. O esforço exigido para arrendar uma casa em Portugal aumentou 3 pontos
percentuais (p.p.), passando de 81% no terceiro trimestre de 2023 a 84% no terceiro trimestre de 2024. Já na
compra de casa, a taxa de esforço nacional aumentou 1 p.p., passando de 68% para 69% em setembro deste ano.
Taxa de esforço no arrendamento
Das 20 cidades analisadas, foi em Ponta Delgada onde a taxa de esforço para arrendar uma casa mais aumentou
no último ano, passando de 52% no terceiro trimestre de 2023 para 70% no mesmo período de 2024, aumentando
18 p.p. Entre os maiores aumentos das taxas de esforço para arrendar a casa no último ano está ainda Bragança
(10 p.p.), Faro (7 p.p.), Lisboa (4 p.p.), Santarém (4 p.p.) e Coimbra (4 p.p.). Seguem-se Portalegre (3 p.p.), Viana
do Castelo (3 p.p.), Leiria (2 p.p.), Setúbal (2 p.p.), Guarda (1 p.p.) e Vila Real (1 p.p.).
Já em Évora e no Porto, a taxa de esforço não variou durante este período. Por outro lado, a taxa de esforço
diminuiu em Aveiro (-13 p.p.), Funchal (-12 p.p.), Beja (-12 p.p.), Viseu (-2 p.p.), Castelo Branco (-2 p.p.) e Braga
(-1 p.p.).
Lisboa é a cidade que requer o maior esforço por parte das famílias para arrendar uma casa, sendo necessário
destinar 91% dos seus rendimentos. Segue-se o Funchal (89%), Faro (75%), Porto (74%), Ponta Delgada (70%),
Setúbal (61%), Viana do Castelo (55%), Braga (55%), Évora (54%), Santarém (52%), Aveiro (51%), Leiria (50%),
Coimbra (44%), Bragança (43%), Viseu (42%) e Beja (37%).
Já as cidades onde as rendas da casa pesam menos nos rendimentos familiares são Portalegre (28%), Castelo
Branco (31%), Guarda (34%) e Vila Real (36%). De referir que todas as capitais de distrito, com a exceção de
Portalegre e Castelo Branco, apresentaram taxas de esforço superiores ao recomendado, de 33%.
Taxa de esforço para comprar
A percentagem de rendimentos que as famílias devem destinar para comprar uma casa, aumentou em 10 capitais
de distrito das 20 analisadas. Foi em Bragança onde a taxa de esforço mais aumentou, passando de 28% a 32%,
originando um aumento de 4 p.p. Seguem-se os aumentos da taxa de esforço em Leiria (3 p.p.), Lisboa (3 p.p.),
Portalegre (3 p.p.), Funchal (2 p.p.), Setúbal (2 p.p.), Castelo Branco (2 p.p.) e Guarda (2 p.p.). As cidades onde a
taxa menos cresceu entre estes dois momentos foram Santarém (1 p.p.) e Viseu (1 p.p.).
Já em Aveiro, Beja e Braga a taxa de esforço não variou durante este período. Por outro lado, a taxa de esforço
diminuiu em Faro (-9 p.p.), Viana do Castelo (-7 p.p.), Évora (-6 p.p.), Porto (-5 p.p.), Vila Real (-3 p.p.), Coimbra
(-3 p.p.) e Ponta Delgada (-1 p.p.).
No terceiro trimestre do ano, a cidade com a maior taxa de esforço para comprar casa foi o Funchal (105%),
seguida por Lisboa (101%), Faro (99%), Porto (74%), Aveiro (70%), Ponta Delgada (63%), Braga (58%), Viana do
Castelo (56%), Leiria (54%), Setúbal (49%), Viseu (49%), Évora (45%), Coimbra (44%), Vila Real (38%) e
Santarém (33%).
Por outro lado, verifica-se que há cinco capitais de distrito onde é possível comprar casa com uma taxa de esforço
inferior à recomendada de 33% (em que a prestação da casa pesa menos de um terço do rendimento disponível
da família): Bragança (32%), Beja (23%), Portalegre (21%), Castelo Branco (21%) e Guarda (19%).
Metodologia
A taxa de esforço é um indicador que mede o impacto do custo da habitação no poder de compra do agregado familiar. No caso
do arrendamento, calcula-se a taxa de esforço como a percentagem anual do rendimento líquido médio do agregado familiar
destinada ao pagamento do arrendamento de uma casa. Os valores de arrendamento são obtidos diretamente da fonte de
dados do idealista, que disponibiliza preços para cada cidade. Por sua vez, os dados do rendimento líquido familiar são
fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
No caso da compra de habitação, a taxa de esforço é calculada como a percentagem anual do rendimento líquido do agregado
familiar destinada ao pagamento de um crédito habitação que segue características médias em termos de duração e taxa de
juro. Recentemente, devido à descida nas taxas de juro, procedeu-se a uma atualização do cálculo com base nos dados
publicados pelo Banco Central Europeu (BCE).
Tabelas com dados:
*Noticia Idealista