Concurso desafia crianças e jovens a saberem mais sobre a construção da Democracia
Estão abertas as candidaturas à nova edição do concurso «História Militar e Juventude», dirigido a crianças e jovens entre os 10 e os 19 anos que frequentem os 2.º e 3.º ciclos e o secundário (regular e profissional) em Portugal e nas escolas portuguesas no estrangeiro. O tema deste ano é “Abril: das armas às urnas na minha terra”. As inscrições decorrem até 24 de abril de 2025 e a entrega de trabalhos é realizada entre 30 de abril e 14 de maio, em função da categoria em que os alunos concorrem.
Este é um Concurso centrado na exploração de perspetivas locais da História Militar, com o objetivo de desenvolver nos alunos o interesse pela pesquisa, reflexão e divulgação de eventos históricos nacionais relevantes.
Nesta 5.ª edição pretende-se que os trabalhos documentem como, a nível local, se desenrolou o processo que desembocou nas eleições de 25 de abril de 1975, seja através das vivências da população, ou das ações desenvolvidas pelos protagonistas, militares e civis, nomeadamente o processo de recenseamento e o ato eleitoral, podendo incluir-se as ações cívicas como, por exemplo, as Campanhas de Dinamização Cultural e Ação Cívica do Movimento das Forças Armadas (MFA), ou o Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL). O concurso prevê a realização de trabalhos individuais, pares ou de turma, em formato escrito ou audiovisual.
Os trabalhos vencedores serão selecionados de acordo com o rigor histórico, a relevância das fontes, a forma como a informação é utilizada, a clareza na exposição, e a originalidade, valorizando-se uma reflexão sobre as competências adquiridas. Os prémios a atribuir variam consoante a idade dos participantes e o tipo de trabalho, e incluem prémios monetários e livros.
Uma sociedade mais conhecedora da sua história recente
João Vieira Borges, Presidente da Comissão Portuguesa de História Militar, afirma: “’História Militar e Juventude’ tem uma história de sucesso, pois constitui um instrumento de valorização dos jovens na área da História em geral e da História Militar em particular, valorizando a memória histórica de Portugal e da terra de cada um dos participantes, desde alunos a professores, passando pelos tutores.”
Miguel Monteiro de Barros, Presidente da Direção da Associação de Professores de História, afirma: “A história local e familiar é fundamental para que os jovens desenvolvam um vínculo mais profundo com o meio onde vivem, entendendo não só o seu presente, mas também as suas origens e transformações. Esse contacto com o passado, nomeadamente através de relatos com familiares e vizinhos, permite que os jovens entendam a história como algo vivo e presente. São, ainda, desafiados a discernir entre memória e história, entre lembranças subjetivas e análises críticas, aprendendo a construir narrativas mais imparciais e abrangentes. Compreender essa distinção ajuda a formar cidadãos reflexivos, capazes de questionar e de reinterpretar o passado.”
Maria Inácia Rezola, Comissária Executiva da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, afirma: “Temos procurado mobilizar as gerações mais jovens para as Comemorações destes 50 anos de liberdade e de democracia. Iniciativas com esta, à qual nos associamos, são de grande importância para ampliar o conhecimento dos alunos, mas também das suas comunidades, sobre a história recente do país e capacitá-los para a discussão sobre os próximos 50 anos de democracia. Conhecer a nossa história recente é também essencial para que possamos tornar-nos uma sociedade mais participativa.”
Conjugar rigor e criatividade
Pretende-se que os trabalhos a submeter a concurso se afastem do modelo formal descritivo tradicional, sendo sugerido aos participantes originalidade na abordagem do tema. Podem, por exemplo, realizar reportagens, fazer recriações ou criar narrativas dramatizadas de acontecimentos ocorridos; mas podem também realizar entrevistas ou fazer recolha de testemunhos da época, assim como análises de diversos tipos de fontes, nomeadamente escritas, iconográficas ou materiais.
O concurso «História Militar e Juventude» é promovido pela Comissão Portuguesa de História Militar (CPHM) e pela Associação de Professores de História (APH), em parceria com a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril. Nesta edição, volta a contar com os apoios do Plano Nacional de Leitura 2027, da Associação dos Municípios Portugueses, da Associação 25 de Abril e da Liga dos Combatentes.
A informação completa sobre o concurso, incluindo regulamento e formulários, está disponível no site da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril: 50anos25abril.pt/iniciativas/concurso-historia-militar-e-juventude-2025/
Mais de 1000 jovens procuraram saber mais sobre a Guerra Colonial e o 25 de Abril
Nos últimos dois anos (2023 e 2024), o Concurso «História Militar e Juventude» mobilizou mais de 1000 jovens, que apresentaram trabalhos com enfoque local sobre a Guerra Colonial e sobre o 25 de Abril.
Considerando apenas a 4.ª edição do Concurso «História Militar e Juventude», dedicada ao tema “O 25 de Abril na minha terra”, participaram mais de 500 estudantes e de 50 professores de áreas diversificadas. Foram submetidos 110 trabalhos escolares de 29 estabelecimentos escolares dispersos por 22 concelhos de 14 distritos, incluindo Açores, Madeira e Timor-Leste. Participaram nesta iniciativa 56 entidades parceiras, como bibliotecas, museus, associações ou arquivos.
Os trabalhos vencedores podem ser consultados em: aph.pt/categoria/atividades/concursos/
Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril até 2026
As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril tiveram início em março de 2022 e vão decorrer até 2026. Cada ano foca-se num tema prioritário, tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia.
O período inicial das Comemorações foi dedicado aos movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar. A partir de 2024, revisitam-se os três ‘D’ do Programa do Movimento das Forças Armadas (MFA), em iniciativas que evocam o processo de descolonização, a democratização e o desenvolvimento.