MÚTUA DOS PESCADORES SOLIDÁRIA PARA COM OS ARMADORES E PESCADORES DA DOCA DE PEDROUÇOS - LISBOA
Notícia
Publicado em 11/07/2024

MÚTUA DOS PESCADORES

Mútua de Seguros, C.R.L

 

Mútua dos Pescadores solidária para com os Armadores e Pescadores da doca de Pedrouços -

Lisboa.

A pedido dos armadores e pescadores que operam a partir da doca de Pedrouços, em Lisboa, a

Mútua dos Pescadores promoveu uma reunião no local para se inteirar da real situação que hoje

afeta cerca de 40 a 50 pessoas que trabalham diariamente, e alguns há décadas, a partir da referida

doca. Ou seja, são 40 a 50 famílias que dependem daquele espaço para assegurar a sua subsistência.

Para além de constatar o avançado estado de abandono e deterioração de um espaço que já

significou o epicentro do setor piscatório nacional, a Mútua dos Pescadores foi informada de que se

encontra em curso um processo de despejo dos profissionais do seu local de trabalho, onde guardam

todos os apetrechos de pesca e demais meios indispensáveis ao desenvolvimento da atividade.

Segundo o que nos foi transmitido na referida reunião, a Administração do Porto de Lisboa (APL)

comprometeu-se com a Câmara Municipal de Lisboa (CML) em retirar estes pescadores dos

armazéns do antigo edifício da lota, tendo em conta que a CML tem em curso um projeto, com

recurso a financiamento do PRR (o que determina prazos extremamente apertados de execução),

visando a instalação de um centro de investigação científica para aquele local - “Ocean Campus”.

Como alternativa imediata, estão a ser disponibilizados contentores que não oferecem condições de

temperatura e espaço para albergar todo o material existente nos armazéns, sem casa de banho,

sem iluminação suficiente, e sem segurança.

Estes profissionais da pesca nada têm contra a instalação deste novo equipamento que tem o mar

como base de estudo e de investigação, apenas reclamam uma alternativa credível, adequada e

definitiva para que se possam instalar, armazenar os seus materiais, e desenvolver normalmente a

sua atividade. Nada disto lhes estará a ser assegurado.

Desta forma, reclama-se a inclusão das necessidades destes pescadores e armadores naquilo que for

o “desenho” final do projeto em curso, da responsabilidade da CML. Investigar o mar expurgando

aqueles que com ele se relacionam diariamente, acumulando camadas de conhecimento empírico,

parece-nos um erro estratégico.

Outra questão preocupante, é a forma como a pesca e os seus profissionais estão a ser tratados aos

longo das últimas décadas, num país que é tão só o 3o maior consumidor de pescado do mundo e o

maior da União Europeia.

Temos assistido a uma deriva de desinvestimento nas infraestruturas de apoio, reconfiguração

abrupta das economias regionais mais dependentes da pesca, desvalorização social das profissões

ligadas ao setor, diminuição do seu peso económico, cultural e político.

Desta forma, e tendo em conta o que este caso especifico de Pedrouços pode ter de exportável para

outros portos e para outras comunidades, a Mútua dos Pescadores, enquanto cooperativa de

utentes de seguros, perseguindo a resolução dos problemas de ordem económica, social e cultural

dos seus cooperadores, bem como das suas comunidades, demonstra toda a solidariedade para com

estes armadores e pescadores, que viram na Mútua um parceiro determinante e uma base de apoio

para a resolução dos seus anseios e preocupações.

Porque nos parecem ser reivindicações justas, poderão sempre contar com a experiência e o peso

institucional da Mútua dos Pescadores para encontrar as mais adequadas formas de resolver estes e

 

outros processos que careçam da nossa intervenção.

Foto: Mútua dos Pescadores

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