Atraso de 1 ano no recebimento de apoios originou descida no
ranking, perda de título nacional colectivo e não qualificação para os Jogos Olímpicos.
A DKC de Viana entende que o papel do voluntariado associativo contribui para a melhoria da
qualidade de vida das crianças, jovens, portadores de deficiência dos praticantes e atletas com
quem trabalha, na comunidade vianense.
Porém, o ano de 2023, além das conquistas já publicadas (8 campeões nacionais, vice campeão
nacional por clubes, 4 atletas em selecções ou estágios da FPC, 130 medalhas (…) teve um lado
negro, podendo inclusive designar-se de um ano horribilis na sua existência, já com
remanescências a 2022.
Dificuldade financeira aliada a uma tentativa de secagem do clube, o desrespeito pelo seu
trabalho de voluntariado, desrespeito pelos orgão directivos, alvo de difamação, mentira (até na
comunicação social), tentativas de apoios coercivos, ameaças e até arrombamento.
Com consequências para o clube, mas que graças ao seu espírito de resiliência vai cumprindo a
sua tarefa de fazer felizes as crianças, os jovens e os portadores de deficiência.
Pois no concelho houve entidades que priorizaram os eventos desportivos sem antes se ter
assegurado das condições para as crianças, os jovens e pessoas com deficiência.
No campo financeiro, apesar de apoios de particulares, do seu voluntariado e de apoios em
algumas regatas no transporte de atletas a provas, a DKC “penou” bastante e o facto de um
protocolo de desenvolvimento desportivo, nomeadamente do ano de 2023, não ter sido
transferido nem um cêntimo teve obviamente consequências:
- Perda do título colectivo de campeão nacional de esperanças de slalom que já ganhava
ininterruptamente há seis anos, sempre com vitórias (18 ininterruptas ) até 2022. No último título,
2022, já tínhamos anunciado que este era o “canto do cisne” (para quem sabe o que significa
essa expressão).
- Perda da qualificação olímpica, (estivemos em Tóquio, não vamos estar em Paris) pois não
tivemos meios de complementar os estágios da Federação e não conseguimos a preparação
adequada, mesmo com protocolo tímido, que só nos foi fornecido após a prova de qualificação.
- Descida no Ranking Nacional – de um lugar no ranking das especialidades, passou de 6º para
9º lugar (em 77 clubes), descida no Ranking principal (da Stª Casa), porque não teve apoio para
organização de competição, e isso vale cinco pontos no ranking, que se os tivesse seria 11º.
Desceu assim para 19º lugar, longe do 6º lugar a que era habitual. Foi 12º no ranking de
medalhas nacionais em que outrora já foi segundo.
- Saída de um ou outro atleta para clubes em três concelhos vizinhos, que apoiam melhor os seus
clubes de canoagem e ausência de atletas cujas famílias tem maiores dificuldades, que
tradicionalmente o clube apoia.
E os tempos mais próximos já se fazem anunciar na diminuição dos apoios, possivelmente a mais
de 50% o que vai tornar a vida deste clube que tem provas dadas a nível nacional e internacional
e no mais alto palco do desporto internacional que são os Jogos Olímpicos, mais difícil,
pergaminhos, trabalho e histórico que pelo se tem visto nada significam para algumas entidades
que tradicionalmente prestam ou deviam prestar o maior apoio a estas crianças jovens e pessoas
com deficiência.
E não se confunda outra vez os apoios para o desenvolvimento desportivo de atividade regular,
que é o que estamos a falar, com outros apoios, que são direccionados não para a área da
competição ou da formação, ou do alto rendimento, mas sim para projetos específicos que
consomem totalmente essas verbas.
Para que não haja outra vez confusão entre o apoio a projetos específicos, que não tem nada a
ver com a formação, competição e alto rendimento. Nem se confunda deliberações com
pagamentos. Há deliberações que nunca serão pagas.
A DKC de Viana não foi dotada por entidades públicas, como outros foram de formas de
financiamento próprias.
Por exemplo há clubes que no nascimento do Centro de Mar, que foram dotados por entidades
públicas de unidades de restauração, dormidas, gruas e outros apoios que lhes permitem ter
receitas próprias, pois explorados pelos próprios, com dividendos para esses próprios clubes.
O que não aconteceu com a DKC de Viana, bem pelo contrário, apesar da sua insistência em
encontrar algumas alternativas, ainda em tempos recentes.
Como é sabido, a DKC de Viana proporciona hábitos de vida saudáveis, combate o sedentarismo
e obesidade, apoia as famílias, defende o ambiente, proporciona a são competição, uma boa
formação dentro dos princípios da ética, cidadania e valores olímpicos como o respeito, amizade
e excelência, respeito e defesa do ambiente, fornece atletas para a selecção nacional, representa
Viana e o país em campeonatos regionais, nacionais, internacionais, campeonatos da Europa,
Campeonatos do Mundo e Jogos Olímpicos, assim como proporciona o mesmo a jovens
portadores de deficiência, quer com o seu projeto próprio competitivo quer articulado com
instituições. É procurado por escolas nacionais e estrangeiras, de todos os níveis de ensino,
inclusive o superior, tendo-lhe sido reconhecido pelas várias entidades públicas e privadas ao
longo dos seus trinta anos um grande mérito no seu trabalho. Articula-se com instituições e apoia
crianças de muitas freguesias com experiencias de canoagem. Tem um historial de relevo.
Os apoios e a falta deles, a quem se faz sentir é às crianças, aos jovens e aos portadores
de deficiência, que são o objecto deste clube.
Não obstante e como sempre, a DKC de Viana tem sempre uma palavra de esperança e vai
continuar a esforçar-se por proporcionar aos seus, com o maior carinho do mundo, com o seu
trabalho voluntário, a melhor formação e os melhores sorrisos de uma família, que não obstante
teima em continuar feliz.