Réplica da Nau Victoria que completou volta ao mundo disponível
para visitas em Viana do Castelo
 
Até ao próximo domingo, está atracada na antiga doca comercial de Viana do
Castelo e disponível para visitas uma réplica da Nau Victoria, o navio que, entre 1519 e
1522, foi protagonista da primeira volta ao mundo.
Durante estes quatro dias, vianenses e visitantes podem, assim, embarcar num
verdadeiro regresso ao passado, numa visita de história que permitirá percorrer o
convés e admirar os mastros da nau, descobrindo como era a vida a bordo durante
uma das maiores aventuras marítimas da humanidade.
Esta quinta-feira, o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo,
Manuel Vitorino, marcou presença na receção oficial da Nau Victoria e visitou a
embarcação.

São mais de 120 m² de superfície útil, 4 coberturas, camarote do capitão e
áreas de vida a bordo, com capacidade para 100 pessoas, ampliável. Esta réplica conta
com superfície vélica de 290 m², calado de 3,20 m, eslora de 26 metros, manga de 7
metros, 3 mastros e 6 velas.
As visitas guiadas estão disponíveis para escolas e associações dias 30 e 31 de
outubro e, para a comunidade em geral, visitas de 30 de outubro a 2 de novembro,
das 10h00 às 19h30.
Os bilhetes têm um custo de 6 euros para adultos (a partir dos 10 anos), 3
euros para crianças (entre os 5 e os 10 anos) e 15 euros para bilhete-família (dois
adultos e três crianças).

A Nau Victoria é o navio de Fernão de Magalhães. O seu nome está associado à
maior aventura da história da navegação: a primeira viagem de circum-navegação do
mundo no século XVI (1519/1522).
A 8 de setembro de 1522, dezoito homens, sob o comando de Juan Sebastián
Elcano e a bordo da Não Victoria, alcançaram o maior feito da história da navegação.
Após mais de três anos de sofrimento no mar, estes homens foram os primeiros a
atravessar os grandes oceanos e a revelar a verdadeira dimensão da Terra.
A expedição era composta por 5 navios e 243 tripulantes que, sob o comando
de Fernão de Magalhães, partiram de Sevilha (Espanha) a 10 de agosto de 1519. A
conhecida como Armada das Especiarias, foi financiada pela coroa espanhola com o
objetivo de abrir uma rota que, navegando para o oeste, permitisse alcançar as ilhas
das especiarias: as Molucas (na atual Indonésia).

Durante três anos, a expedição atravessou três oceanos, chegou ao Brasil,
Uruguai e Argentina, para finalmente descobrir o Estreito de Magalhães. Cruzou o
vasto Oceano Pacífico, descobrindo ilhas e arquipélagos, chegando finalmente às
Filipinas e às Molucas.
A partir da Indonésia, a Nao Victoria, único navio sobrevivente da expedição,
iniciou a viagem de regresso comandada por Juan Sebastián Elcano. Cruzando o
Oceano Índico, contornou o Cabo da Boa Esperança, navegou ao longo do continente
africano e seguiu rumo à Espanha.

Finalmente, a 8 de setembro de 1522, dezoito homens chegaram a
Sevilha, alcançando o maior feito de todos os tempos na história da
navegação: a Primeira Volta ao Mundo.
Construída para a Exposição Universal de Sevilha (1992), o seu porto de
origem, a Nao Victoria que agora visita Viana do Castelo é a única réplica do navio
original que, até hoje, completou uma volta ao mundo.
A construção começou em março de 1991, em Isla Cristina (Huelva – Espanha).
O seu designer e construtor foi Ignacio Fernández Vial, que, após um estudo histórico
minucioso, reproduziu fielmente as suas formas e detalhes. Durante oito meses,
carpinteiros de ribanceira e engenheiros trabalharam na sua construção seguindo um
rigor histórico máximo.

Uma vez concluída, a Nao Victoria permaneceu exposta ao público durante a
Exposição Universal de Sevilha em 1992, juntamente com as réplicas da Nao Santa
María e das caravelas Pinta e Niña, os navios de Cristóvão Colombo. Mais de 3 milhões
 
de pessoas visitaram estes navios cheios de história.
Após a Exposição Universal, a Nao Victoria foi exposta ao público em dique
seco, fora de água, perto do Pavilhão da Navegação, permitindo admirar todas as suas
formas.
Em 2003, foi apresentado o projeto da “volta ao mundo da Nao Victoria” à
Sociedade Nacional de Gestão de Ativos (AGESA) e à Sociedade Estatal para
Exposições Internacionais (SEEI). As duas instituições apoiaram com grande
entusiasmo esta iniciativa. Os trabalhos de restauro e adaptação para a navegação
começaram imediatamente.

Em 2004, a réplica da Nao Victoria reproduziu a façanha da primeira volta ao
mundo, com o objetivo de dar a conhecer o maior feito marítimo de todos os tempos,
protagonizado por marinheiros espanhóis.
A réplica da Nao Victoria partiu de Sevilha com uma tripulação de 20 homens e,
de 2004 a 2006, percorreu 26.894 milhas náuticas, visitou 17 países em 5 continentes
e tornou-se a primeira réplica de um navio a dar a volta ao mundo.
Após a extraordinária aventura da volta ao mundo 2004 - 2006 e tomando o
nome do navio, foi constituída em 2006 a Fundação Nao Victoria, uma entidade sem
fins lucrativos, com o objetivo de continuar a divulgar a Primeira Volta ao Mundo e a
 
história marítima espanhola através desta réplica histórica única e excecional.