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Réplica da Nau Victoria que completou volta ao mundo disponível para visitas em Viana do Castelo
Por Administrador
Publicado em 31/10/2025 10:07
Viana do Castelo
Câmara Municipal de Viana do Castelo

Réplica da Nau Victoria que completou volta ao mundo disponível

para visitas em Viana do Castelo

 

Até ao próximo domingo, está atracada na antiga doca comercial de Viana do

Castelo e disponível para visitas uma réplica da Nau Victoria, o navio que, entre 1519 e

1522, foi protagonista da primeira volta ao mundo.

Durante estes quatro dias, vianenses e visitantes podem, assim, embarcar num

verdadeiro regresso ao passado, numa visita de história que permitirá percorrer o

convés e admirar os mastros da nau, descobrindo como era a vida a bordo durante

uma das maiores aventuras marítimas da humanidade.

Esta quinta-feira, o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo,

Manuel Vitorino, marcou presença na receção oficial da Nau Victoria e visitou a

embarcação.

São mais de 120 m² de superfície útil, 4 coberturas, camarote do capitão e

áreas de vida a bordo, com capacidade para 100 pessoas, ampliável. Esta réplica conta

com superfície vélica de 290 m², calado de 3,20 m, eslora de 26 metros, manga de 7

metros, 3 mastros e 6 velas.

As visitas guiadas estão disponíveis para escolas e associações dias 30 e 31 de

outubro e, para a comunidade em geral, visitas de 30 de outubro a 2 de novembro,

das 10h00 às 19h30.

Os bilhetes têm um custo de 6 euros para adultos (a partir dos 10 anos), 3

euros para crianças (entre os 5 e os 10 anos) e 15 euros para bilhete-família (dois

adultos e três crianças).

A Nau Victoria é o navio de Fernão de Magalhães. O seu nome está associado à

maior aventura da história da navegação: a primeira viagem de circum-navegação do

mundo no século XVI (1519/1522).

A 8 de setembro de 1522, dezoito homens, sob o comando de Juan Sebastián

Elcano e a bordo da Não Victoria, alcançaram o maior feito da história da navegação.

Após mais de três anos de sofrimento no mar, estes homens foram os primeiros a

atravessar os grandes oceanos e a revelar a verdadeira dimensão da Terra.

A expedição era composta por 5 navios e 243 tripulantes que, sob o comando

de Fernão de Magalhães, partiram de Sevilha (Espanha) a 10 de agosto de 1519. A

conhecida como Armada das Especiarias, foi financiada pela coroa espanhola com o

objetivo de abrir uma rota que, navegando para o oeste, permitisse alcançar as ilhas

das especiarias: as Molucas (na atual Indonésia).

Durante três anos, a expedição atravessou três oceanos, chegou ao Brasil,

Uruguai e Argentina, para finalmente descobrir o Estreito de Magalhães. Cruzou o

vasto Oceano Pacífico, descobrindo ilhas e arquipélagos, chegando finalmente às

Filipinas e às Molucas.

A partir da Indonésia, a Nao Victoria, único navio sobrevivente da expedição,

iniciou a viagem de regresso comandada por Juan Sebastián Elcano. Cruzando o

Oceano Índico, contornou o Cabo da Boa Esperança, navegou ao longo do continente

africano e seguiu rumo à Espanha.

Finalmente, a 8 de setembro de 1522, dezoito homens chegaram a

Sevilha, alcançando o maior feito de todos os tempos na história da

navegação: a Primeira Volta ao Mundo.

Construída para a Exposição Universal de Sevilha (1992), o seu porto de

origem, a Nao Victoria que agora visita Viana do Castelo é a única réplica do navio

original que, até hoje, completou uma volta ao mundo.

A construção começou em março de 1991, em Isla Cristina (Huelva – Espanha).

O seu designer e construtor foi Ignacio Fernández Vial, que, após um estudo histórico

minucioso, reproduziu fielmente as suas formas e detalhes. Durante oito meses,

carpinteiros de ribanceira e engenheiros trabalharam na sua construção seguindo um

rigor histórico máximo.

Uma vez concluída, a Nao Victoria permaneceu exposta ao público durante a

Exposição Universal de Sevilha em 1992, juntamente com as réplicas da Nao Santa

María e das caravelas Pinta e Niña, os navios de Cristóvão Colombo. Mais de 3 milhões

 

de pessoas visitaram estes navios cheios de história.

Após a Exposição Universal, a Nao Victoria foi exposta ao público em dique

seco, fora de água, perto do Pavilhão da Navegação, permitindo admirar todas as suas

formas.

Em 2003, foi apresentado o projeto da “volta ao mundo da Nao Victoria” à

Sociedade Nacional de Gestão de Ativos (AGESA) e à Sociedade Estatal para

Exposições Internacionais (SEEI). As duas instituições apoiaram com grande

entusiasmo esta iniciativa. Os trabalhos de restauro e adaptação para a navegação

começaram imediatamente.

Em 2004, a réplica da Nao Victoria reproduziu a façanha da primeira volta ao

mundo, com o objetivo de dar a conhecer o maior feito marítimo de todos os tempos,

protagonizado por marinheiros espanhóis.

A réplica da Nao Victoria partiu de Sevilha com uma tripulação de 20 homens e,

de 2004 a 2006, percorreu 26.894 milhas náuticas, visitou 17 países em 5 continentes

e tornou-se a primeira réplica de um navio a dar a volta ao mundo.

Após a extraordinária aventura da volta ao mundo 2004 - 2006 e tomando o

nome do navio, foi constituída em 2006 a Fundação Nao Victoria, uma entidade sem

fins lucrativos, com o objetivo de continuar a divulgar a Primeira Volta ao Mundo e a

 

história marítima espanhola através desta réplica histórica única e excecional.

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