Autárquicas e o Imobiliário
Madeira, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa e Faro são as regiões com maior
crescimento do preço médio dos imóveis nos últimos quatro anos
- ERA revela que, entre 2021 e 2025, as regiões com maior crescimento de preço médio das casas são a Madeira (+73%), Setúbal (+60%), Viana do Castelo (+55%), Lisboa (+54%) e Faro (+45%);
- Há quatro anos, apenas Lisboa superava o preço médio de 200.000€. Hoje, são oito as regiões com preço médio acima desse valor;
- Por outro lado, Guarda, Vila Real e Castelo Branco destacam-se por um crescimento mais moderado do preço;
- Viseu é caso único, a habitação está mais barata.
Em antecipação às eleições autárquicas, a ERA Portugal apresenta uma análise ao preço médio dos imóveis em todos os distritos portugueses nos últimos quatro anos. Entre 2021 e 2025, registou-se um aumento transversal deste indicador, incluindo no interior, contudo é nas áreas metropolitanas e turísticas que se verificam recordes de preço.
Nos último quatro anos, as regiões com maior crescimento de ticket médio dos imóveis são: Madeira (+73%); Setúbal (+60%); Viana do Castelo (+55%); Lisboa (+54%); e Faro (+45%).
Em detalhe: o aumento de 73% na região da Madeira (média de 281.824€ em 2025) é um resultado do turismo residencial e do investimento estrangeiro, em particular no Funchal e no Caniço.
O aumento de 60% em Setúbal (246.987€ em 2025) e 55% em Lisboa (383.128€) são consequência de uma pressão de mercado devido à intensa procura por habitação. As subidas em Viana do Castelo de 55% (196.506€), e de 45% em Faro (275.170€), representam o reforço do investimento turístico e da aquisição de uma segunda residência.

Neste ano, as regiões mais caras, que superam o ticket médio de 200.000€, são: Lisboa, Madeira, Faro, Setúbal, Açores, Beja, Porto, Braga. Por oposição, em 20221 o, apenas Lisboa tinha um preço médio acima dos 200.000€.
Por outro lado, há regiões que se destacam pelo crescimento mais lento, ou até negativo do preço médio dos imóveis. Em Viseu ocorreu uma variação negativa do preço, (-3%) associado a uma menor pressão de procura e maior sensibilidade ao crédito, um cenário próximo à Guarda, com aumento de apenas +5%. Em Vila Real (+10%) e Castelo Branco (+19%) os últimos quatro anos mostraram um crescimento mais moderado, mas com potencial de aceleração futura com a atração de novos perfis de compradores, como jovens famílias que procuram o interior.
Distrito
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Ticket Médio 2021
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Ticket Médio 2025
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Crescimento (%)
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Açores
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169 582 €
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241 839 €
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42,60%
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Aveiro
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134 898 €
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182 290 €
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35,10%
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Beja
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188 063 €
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228 200 €
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21,30%
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Braga
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139 768 €
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200 070 €
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43,20%
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Bragança
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80 905 €
|
116 527 €
|
43,90%
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Castelo Branco
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86 467 €
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103 134 €
|
19,30%
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Coimbra
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143 917 €
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199 841 €
|
38,80%
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Évora
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143 522 €
|
196 640 €
|
37,00%
|
Faro
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190 044 €
|
275 170 €
|
44,80%
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Guarda
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85 212 €
|
89 499 €
|
5,00%
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Leiria
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140 667 €
|
186 759 €
|
32,80%
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Lisboa
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248 567 €
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383 128 €
|
54,10%
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Madeira
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163 327 €
|
281 824 €
|
72,60%
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Porto
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165 899 €
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227 217 €
|
36,90%
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Santarém
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97 651 €
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138 846 €
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42,20%
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Setúbal
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154 160 €
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246 987 €
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60,20%
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Viana do Castelo
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126 915 €
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196 506 €
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54,80%
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Vila Real
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134 425 €
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147 752 €
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9,90%
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Viseu
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128 633 €
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124 266 €
|
−3,4%
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NOTA: o distrito de Portalegre não consta na tabela porque a amostra de dados era insuficiente para uma análise fidedigna.
“Nos últimos quatro anos, a tendência é de crescimento dos preços. Entre 2021 e 2025, o ticket médio nacional da ERA subiu cerca de +40%, acompanhando a tendência histórica de crescimento deste indicador no mercado imobiliário português, que, segundo o Confidencial Imobiliário, registou uma subida superior a 35% no preço médio de venda por m² no mesmo período”, explica Rui Torgal, CEO da ERA Portugal. “E, como tenho insistido ao longo dos últimos anos, este cenário é consequência de um desequilíbrio acentuado entre a intensa procura, que continua a subir em Portugal, e a oferta de casas disponíveis, que continua a ser insuficiente para responder às necessidades do mercado. Entre 2012 e 2022 construiu-se apenas metade das casas que se haviam construído na década anterior e agora o país está a pagar essa fatura. É vital construir mais, reabilitar mais, agilizar processos, reduzir carga fiscal, criar todo um contexto que seja favorável à criação da tal oferta que permitirá ao mercado autorregular o preço da habitação no nosso país”.