Cansados de serem ignorados, nos dias 28, 29, 30 e 31 de outubro, estes profissionais de saúde vão avançar com uma greve nacional. Em causa está a falta de resposta e de ação do governo em questões críticas relacionadas com a progressão na carreira e a aplicação de pontos da avaliação de desempenho, que afetam diretamente o posicionamento remuneratório dos trabalhadores, mas também em questões macro que carecem de protocolo negocial.
No dia 29 de outubro, estes profissionais vão concentrar-se, em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, entre as 14h e as 17h. Com uma forte adesão esperada, reivindicam a marcação de uma reunião com o Governo para assinatura de um protocolo negocial que inclua a revisão da tabela salarial, resolução de injustiças na progressão de carreira e compensação por riscos. Exigem, ainda, a correta aplicação do sistema de avaliação, a contabilização do tempo de serviço para progressão e a admissão de mais profissionais. Requerem também a abertura de concursos e pagamento das diferenças salariais devidas, regularizando situações de precariedade e garantindo justiça salarial.
Com esta paralisação podem não se realizar diversos exames complementares de diagnóstico, tais como, análises clínicas, ecografias, raio X, entre outros, bem como atividades nas áreas da terapêutica, nomeadamente, farmácias hospitalares, fisioterapia, terapia da fala ou terapia ocupacional. A não realização destes exames terá impacto não só no diagnóstico, mas como em cirurgias programadas, por exemplo. Os serviços mínimos assegurarão apenas as urgências.
“Desta vez, a greve só será suspensa se houver respostas concretas e avanços reais nas nossas reivindicações. Já não basta o simples agendamento de uma reunião, precisamos de ações tangíveis e imediatas” destaca Luis Dupont, reforçando: “é incomportável para estes trabalhadores, e seus representantes, manter a paz social nos locais de trabalho e assistirem à total desconsideração a que estão a ser votados por parte do Governo, sem demonstrarem o seu descontentamento e revolta. Todos os profissionais de saúde merecem o respeito do Governo e, perante o Estado de Direito, devem ser tratados com igualdade e imparcialidade diante dos governantes”.
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