Relatório de Atividades e Prestação de Contas de Viana do Castelo
evidencia, pela primeira vez, Educação como prioridade
Pela primeira vez, a Câmara Municipal de Viana do Castelo apresentou a
Educação como primeira prioridade de investimento num ano económico, com a
rubrica a ascender a 6,12 milhões de euros (17,2%). O número foi assegurado pelo
Presidente da Câmara Municipal, Luís Nobre, durante a apresentação do Relatório de
Atividades e Prestação de Contas de 2023, hoje aprovado por maioria em reunião
ordinária de executivo.
De acordo com o autarca, o documento releva “a excelente performance
operacional e de concretização nas Grandes Opções do Plano”, onde, pela primeira vez, “a
Educação representa a primeira prioridade de investimento num ano económico, ou seja, foi
efetivamente a nossa primeira opção de investimento”, seguida pela Coesão Territorial (15%
/ 5,3 M€, num aumento de 0,2 M€), do Desenvolvimento Económico (13,1% / 4,6 M€), do
Desporto e Tempos Livres (12,1% / 4,3 M€), do Ambiente e Qualidade de Vida (9,6% / 3,4
M€), da Saúde (6,2% / 2,1 M€), da Cultura (5,1% / 1,8 M€) e da Habitação e Urbanização
(4,3% / 1,5 M€), “demonstrando uma trajetória de apoio e mitigação às adversidades
económicas e sociais dos vianenses, bem como um modelo de desenvolvimento voltado
para o futuro”.
Na mensagem do Presidente da Câmara, é indicado que, no decorrer de 2023, a
Câmara Municipal enfrentou desafios complexos na gestão e execução do Plano de Atividades e
Orçamento de 2023 (PAO2023), tendo um dos principais obstáculos sido a necessidade de
adequação a uma crise inflacionista e económica de dimensão global, consequência de guerras e
conflitos internacionais, que impactou diretamente a dinâmica das receitas, quer dos impostos
municipais, quer das transferências do Estado que, consequentemente, desacelerou e retraiu a
execução do orçamento municipal disponível, bem como os investimentos desenhados e
projetos nele inscrito.
O aumento da massa salarial que, no ano passado, foi superior a 3,5 milhões de euros
(+ 14,2%), os custos com a subida da inflação (com maior relevância na energia e nos
combustíveis), os encargos financeiros/juros (superior a 0,55 M€ / triplicou relativamente a
2022), as revisões de preços (superior a 1,8 milhões de euros ) e a redução de receita dos
impostos diretos municipais (superior a 1 milhão de euros, - 3,8%) tiveram um impacto
operacional significativo na gestão e execução do PAO2023, é referido no relatório, o que
“afetou as finanças municipais no decorrer de 2023, bem como a capacidade de cumprir
com algumas das metas estabelecidas”. Em consequência, este incremento na despesa
operacional consolida uma tendência de crescimento deste 2021, que só na massa salarial e
revisão de preços é superior a 10 milhões de euros (5,9 M€ e 4,1 M€, respetivamente).
Em resultado, o relatório apresenta o segundo maior exercício financeiro de
sempre registado pela Câmara Municipal, com uma receita de 79,6 milhões de
euros e uma despesa de 79,4 milhões de euros, significando uma ligeira
diminuição de 1,3% e 1,4%, respetivamente, comparativamente a 2022. Assim, a
taxa de Execução Orçamental de 2023 estabilizou nos 78%, justificada pelos fatores
referidos, pelos sucessivos atrasos registados no encerramento do PT2020 e na
contratualização dos Fundos Comunitários (PT2030) e da execução sólida do Programa de
Recuperação e Resiliência (PRR).
Na execução, destaca-se, ainda, o Investimento Direto em 2023, que alcançou
um montante expressivo de 16,5 milhões de euros, numa grandeza de
investimento que é das mais significativas da história do Município e que foi
atingida com a capacidade de investimento do Município: participação da Poupança Corrente
de 13,6 M€ (2.ª maior de sempre), sem recurso a empréstimos curto, médio ou longo prazo,
e num contexto de inexpressivo financiamento por fundos comunitários (5,2 M€).
Por isso mesmo, Luís Nobre refere que o segundo ano de governo municipal, mesmo
tendo sido um ano de “profunda exigência”, foi assumido como a oportunidade para “fazer
bem”, continuando a concretizar uma visão estratégica para o Município no domínio da
política económica, das políticas públicas e da política orçamental (com redução da
dívida/passivo de médio e longo prazo em 0,9 M€ (de 27,8 M€ para 26,9 M€), devidamente
apoiadas na concretização dos instrumentos de gestão orçamental legalmente previstos,
com a ambição de um progresso económico sustentável para Viana do Castelo e para os
vianenses.