Terminou a Volta a Portugal Continente Moreira, Vencedor Antecipado, Coroado junto à Ponte D. Luis
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Publicado em 16/08/2022

Terminou a Volta a Portugal Continente

 

Moreira, Vencedor Antecipado, Coroado junto à Ponte D. Luis

O contrarrelógio final entre o Porto e Gaia confirmou o favoritismo que desde início

foi atribuído ao uruguaio de 27 anos que corre com as cores da Glassdrive-Q8-Anicolor.

Mauricio Moreira rematou a 83a Volta a Portugal Continente com o melhor tempo nos

18,6 quilómetros da última etapa e nas contas finais da Volta facilmente alcançou a

primeira posição com mais de um minuto de vantagem sobre o companheiro de equipa

Frederico Figueiredo, anterior líder, que baixou ao segundo lugar da Classificação Geral.

Figueiredo partiu para o último dia com apenas sete segundos de vantagem e a missão de

manter a Amarela era complicada. Acabou por fazer mais 1:16 minutos do que o uruguaio

no contrarrelógio, ou seja, na Geral ficou a 1:09.

"Não tenho palavras para descrever o que estou a sentir neste momento, afirmou

emocionado Mauricio Moreira. “Ainda não caí na realidade. Quando acordar deste sonho

é que vou perceber. Acho que vou chorar de novo! Sem dúvida que é o momento mais

feliz.” O vencedor aproveitou para lembrar o ano difícil que teve. "Era um sonho ganhar a

Volta. Nesse sonho não contava disputá-la com um colega de equipa. O Fred (Frederico)

é um senhor. Ontem (na etapa da Sra da Graça) poderia ter ganho a Volta, mas não fez

isso,respeitou-me", acrescentou Moreira,realçando o companheirismo na Glassdrive-Q8-

Anicolor muito satisfeito com o triunfo e por ter a minha família por perto.

A equipa comandada por Ruben Pereira, o diretor desportivo mais novo das 18

equipas que discutiram a prova, conseguiu um dia inesquecível na margem do Douro.

Além de vencer a Volta, ocupou totalmente o pódio junto à Ponte D. Luís porque António

Carvalho conseguiu na derradeira etapa o segundo melhor tempo, a 21 segundos de

Moreira, e garantiu o terceiro lugar à Geral, ficando a equipa dos “amarelos” com as três

posições finais da Volta. Luís Fernandes (Rádio Popular-Paredes-Boavista), que ocupava a

terceira posição, baixou ao quarto posto, após o contrarrelógio.

Ainda relativamente ao exercício individual que terminou no empedrado da

marginal de Gaia com uma imensa multidão a assistir, salienta-se a despedida do veterano

 

Alejandro Marque (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel) aos 40 anos com o terceiro

lugar a minuto e cinco segundos do vencedor.

 

Filho de Peixe...

 

Filho do ciclista Federico Moreira, Mauricio não esconde que era difícil não enveredar pela

modalidade. Nasceu em Salto, no Uruguai, e viveu intensamente o ciclismo na juventude

devido ao pai. Na adolescência começaram as primeiras aventuras no sonho de chegar a

profissional.

Sabia que teria de viajar para a Europa para chegar mais alto. Em 2016 integrou a equipa

amadora da espanhola Caja Rural, onde conseguiu algumas vitórias. Ainda subiu à

formação principal, dois anos depois, mas em 2020 optou por regressar a uma estrutura

amadora, a Vigo-Rias Baixas.

 

No ano passado, Portugal abriu-lhe as portas e assinou com a Efapel. Venceu a Volta ao

Alentejo e viria a ser segundo na Volta a Portugal, perdendo por apenas dez segundos por

causa de uma queda no último dia. Este ano chegou ao topo, confirmando o favoritismo

que lhe era dado quando partiu de Lisboa. Em duas épocas em Portugal, Mauricio Moreira

construiu um palmarés que inclui a conquista das duas mais míticas subidas da Volta a

Portugal: Senhora da Graça (2021) e Alto da Torre (2022).

 

Quem Espera Sempre Alcança

 

Com o triunfo de Mauricio Moreira terminou uma década de espera da formação

agora sedeada em Águeda para ver um ciclista ganhar a Volta. Foram 11 dias sempre de

Camisola Amarela Continente. De Rafael Reis, o símbolo da liderança conquistado no

Prólogo de Lisboa, passou para Mauricio Moreira, "saltou" para Frederico Figueiredo que a

cedeu no contrarrelógio novamente ao uruguaio. A Glassdrive conquistou cinco etapas,

todas as de montanha e os dois esforços individuais e, além de vencer ainda

coletivamente, viu Frederico Figueiredo a sagrar-se Rei da Montanha, garantindo a

Camisola das Bolinhas Europcar. Moreira também ficou com o Prémio Combinado

Carclasse.

 

O norte americano Scott McGill (Wildlife Generation) e Jokin Murguialday (Caja

Rural-Seguros RGA) foram os únicos que quebraram a hegemonia na consagração dos

vencedores. O primeiro foi o melhor na Classificação dos Pontos, Camisola Verde Rubis

Gás, e o espanhol foi o melhor jovem, ficando com a Camisola Branca Jogos Santa Casa.

De Lisboa a Gaia, com passagem por Badajoz, a Volta 2022 fez-se durante 11 dias e

praticamente 1560 quilómetros. Em 2023, o encontro fica marcado para a cidade de Viseu,

já anunciada como ponto de partida da 84a Volta a Portugal Continente.

 (CRÉDITOS FOTOGRAFIAS: PODIUM EVENTS | Agnelo Quelhas)

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